Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves
(em português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores
puras, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis
Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma
estatueta renascentista.
Os princípios deste movimento artístico eram:
• Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos.
• Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
• A cor pura deve ser exaltada.
• As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares,
no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens.
Características da pintura:
• Pincelada violente, espontânea e definitiva;
• Ausência de ar livre;
• Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo
à realidade;
• Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;
• Pintura por manchas largas, formando grandes planos;
Principais Artistas:
MAURICE DE VLAMINCK
(1876-1958), pintor francês, foi o mais autêntico fovista, dizia: "Quero incendiar
a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis." Adotou mais tarde estilo entre
expressionista e realista.
ANDRÉ DERAIN
(1880-1954), pintor francês, dizia: "As cores chegaram a ser para nós cartuchos
de dinamite." Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de Vlaminck e a Matisse, com
os quais se tornou um dos principais pintores fovistas. Nessa fase, pintou figuras
e paisagens em brilhantes cores chapadas, recorrendo a traços impulsivos e a pinceladas
descontínuas para obter suas composições espontâneas. Após romper com o fovismo,
em 1908, sofreu influências de Cézanne e depois do cubismo. Na década de 1920, seus
nus, retratos e naturezas-mortas haviam adquirido uma entonação neoclássica, com
o gradual desaparecimento da gestualidade espontânea das primeiras obras. Seu estilo,
desde então, não mudou.
HENRI MATISSE
(1869-1954), pintor francês, Nas suas pinturas ele não se preocupa como realismo,
tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não as figuras
em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as
técnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como valor em si
mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, ele
foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas,
sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.
RAOUL DUFY
(1877-1953), pintor, gravador e decorador francês. Contrastes tonais e a geometrização
da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu gradativamente
para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de receber
o prêmio de pintura da bienal de Veneza.